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Ciclismo de luto pela morte de Cláudio Clarindo

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O ciclismo brasileiro está de luto. Morreu na última segunda-feira o atleta Cláudio Clarindo, de 38 anos, após se envolver em acidente enquanto treinava na rodovia Rio-Santos, no litoral norte de São Paulo. Um grupo de cinco ciclistas seguia pelo acostamento da estrada quando um carro no sentido contrário atravessou a pista e atingiu Clarindo e outro ciclista, Jacob Amorim, de 32 anos, que sofreu múltiplas fraturas em uma das pernas e passará por cirurgia.

Segundo o G1, O acidente aconteceu na altura do km 244, por volta das 7h30. O carro estava trafegando no sentido Guarujá e a dupla seguia pelo acostamento, no sentido Bertioga, utilizando todos os equipamentos de segurança. O motorista do carro prestou socorro aos ciclistas e foi encaminhado para uma delegacia de Santos logo em seguida.

Ele confirmou aos policias que dormiu ao volante, mas o teste do bafômetro não acusou consumo de bebida alcoólica. Clarindo foi socorrido ainda com vida, mas morreu a caminho do hospital. Já o ciclista Jacob Amorim da Silva, de 32 anos, foi encaminhado à cirurgia, tendo sofrido uma fratura de fêmur. O estado de saúde dele é estável.

Especialista em provas de longas distâncias, Clarindo era considerado um dos dez melhores do mundo na modalidade. Em junho do ano passado, o ciclista disputou pela quinta vez a Race Across America (RAAM), evento que atravessa o Estados Unidos e é uma das competições mais duras do mundo.

Conquistas

O ultraciclista teve seu início esportivo como nadador, mas foi em 1992 que iniciou no triatlo. Conquistando alguns títulos na categoria júnior, concluiu mais de 200 provas de triathlon. No Ironman Brasil, realizou por dois anos consecutivos a melhor natação do evento em 1998 e 1999, realizando oito provas de Ironman’s, dentre elas o mundial do Hawaii.

No ciclismo de longa distância, em que é considerado um dos dez melhores do mundo, Clarindo foi o primeiro recordista brasileiro de longa distância em 2002, com 420 km entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. Foi também vice-campeão do Extra Distance, conquistou recorde sulamericano de 24 horas em velódromo, com 700km completados e vice-campeão das 24h de Sebring, realizada na Flórida (EUA). Sagrou-se bicampeão das 24h de Fortaleza.

Clarindo tinha ainda em seu currículo cinco participações na Race Cross America (Raam), considerada a disputa mais difícil e perigosa do mundo em sua modalidade. Os participantes têm que atravessar todo o continente norte-americano do lado oeste, da Califórnia, para o lado leste, ao estado de Maryland. Ano passado ele fez o percurso de 4.800 quilômetros, que abrange as costas oeste e leste dos Estados Unidos, em aproximadamente 12 dias (11 dias e 23h59m), sem parar.

Em dezembro de 2011, foi lançado o documentário de Clarindo, produzido juntamente com a TV Tribuna e a 4.2 produtora. Intitulado ‘Sem Limites dia e noite’, o filme trazia um relato da participação do ultraciclista brasileiro na Raam daquele ano. (Assista clicando aqui)

Na página do atleta no Facebook, naquela que acabou sendo sua última mensagem e que foi postada domingo (24), Clarindo demonstrou sua fé e agradeceu justamente pela proteção que até então vinha tendo nas estradas.

Eis o texto: “E deste modo finalizamos nossa aventura! Foram três dias de puro pedal!!! Quero agradecer a Nossa Senhora Aparecida e a Deus pela proteção nas estradas, ao carinho dos amigos, patrocinadores, e a todos que amam o ciclismo como nós amamos!!! Ao parceiro ‪#‎JacoAmorim‬ os meus parabéns, foram 800km de qualidade!! Começamos muito bem 2016!!!”

A mensagem é ilustrada por um vídeo feito à noite que tem duração de apenas 14 segundos, filmado pelo companheiro Jacó, que pedalava atrás dele. Eles não estão conversando. O som é apenas do vento.

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